Com “TEOLOGANDO E FILOSOFANDO” pretendo abordar assuntos que
se tornaram verdades absolutas quando começaram a fazer parte do senso
comum e dos clichês de algumas tribos sociais e, sobretudo religiosas. O Brasil, um pais onde o sincretismo religioso
é imperante, nos proporcionou nos últimos anos uma infinidade de falsas verdades
bíblicas, falácias e sofismas, a respeito de Deus e da Sua natureza, a respeito
de doutrinas aparentemente bíblicas, a respeito de fé, de sonhos, de vida e de
morte, de ética e moral. O Brasil hoje vive nas sombras de uma serie quase infinita de ditados populares que estão sendo confundidos com versiculos biblicos que nunca existiram.
Com este blog pretendo “reintroduzir o caos” no que “não pode
ser questionado” enquanto “sagrado” porque relacionado a Deus. Pretendo criticar e
destruir as mentiras disfarçadas de verdades, todas as interpretações e as
adaptações antropológicas da Bíblia.
Quando uma pessoa não tem nenhum conhecimento de física
quântica, com certeza não se atreva a discutir sobre este assunto com um físico
nuclear. Todavia, infelizmente, quando o assunto é a religião ou Deus, qualquer
pessoa quer apresentar a própria verdade, até quando ele nunca leu um único
versículo bíblico. Por esta razão, misturando kardecismo, catolicismo,
doutrinas pentecostais, aberrações teológicas, doutrinas heréticas e lendas
metropolitanas, hoje temos aqui no Brasil uma multidão de “teólogos
autodidatas” e de “filósofos do obvio”. Existem
pessoas que ficam repetindo há anos a mesma bobagem ouvida por um intelectual,
um escritor, um cantor gospel, um pregador, um contador de historias
pseudo-bíblicas ou simplesmente um pilantra manipulador de auditório que quer ganhar dinheiro
nas costas dos outros.
Eu, enquanto teólogo de verdade, decidi não discutir mais com
quem não tem conhecimento sobre assuntos teológicos. Eu hoje exponho os meus
pensamentos e as minhas ideias: pronto. O leitor pode ler ou não, refletir,
concordar ou jogar fora: nem ficarei sabendo. Este blog não tem proposito
evangelístico nem apologético, mas é o desejo, ou melhor, a necessidade de
abrir e oferecer um espaço ao pensamento teológico e filosófico: talvez seja,
em primeiro lugar, uma necessidade da minha alma.
É engano acreditar que nós somos donos da verdade: eu também
não sou. Pior ainda é acreditar que nós podemos ter o controle das nossas
vidas: eu já percebi que não tenho nenhum controle sobre os eventos principais
da minha existência. Eu gerencio somente o cotidiano. Ninguém conhece a verdade
absoluta a respeito de qualquer assunto e ninguém conhece o dia de amanhã. E Deus
não demonstra o que acontecerá conosco
nas próximas horas, dias, semanas, meses ou anos. Nós não conhecemos o dia da
nossa partida nem os acontecimentos futuros referentes à nossa pessoa ou à
nossa família.
E quanto acontece conosco não sempre é algo planejado por
Deus (apesar da Sua onisciência), mas pode ser fruto do acaso, das nossas
escolhas, das escolhas alheias, do ambiente no qual vivemos, etc... Em outras palavras, a nossa existência depende de infinitas
variáveis e nós temos a possibilidade de controlar somente algumas e na maioria
das vezes nem completamente. Por isto que a Palavra ensina - para quem quer
aprender - que nós devemos descansar em Deus: ninguém é dono da verdade, de si
mesmo e do seu destino. Somente Ele conhece o nosso futuro e o que é melhor
para nós. Eu já descansei n’Ele, já decepcionei e agora simplesmente vivo como
se Ele não existisse, mas ciente que Ele existe: a minha esperança é que um dia
um dos dois procurará o outro, pouco me importa quem procurará quem. Neste
momento parece que nem eu nem Ele estamos com vontade de bater um papo.
Fico abismado com a arrogância de quem, misturando doutrinas
bíblicas ou pseudo-biblicas e frases de autoajuda, acredita que possa, juntamente com Deus,
direcionar a própria vida. Neste caso Deus se torna um empregado que deve
necessariamente abençoar o “filhinho amado e mimado” enquanto o mesmo tem
“muita fé”. Como se ter fé fosse o passe para ter direito a dinheiro, fama,
poder, saúde, bens, e quanto mais. Como se Deus fosse obrigado a realizar os
nossos sonhos, porque alguém decidiu que todos os sonhos são de Deus e que é Ele
que os coloca nos nossos corações (onde o camarada tirou isto, somente Deus sabe).
Eu entendo que no inicio o homem possa precisar de crenças e
opiniões prontas (seja mito seja senso comum), a fim de apaziguar a aflição
diante do caos e adquirir segurança para agir. Todavia, depois precisa que o
homem chegue a um ponto no qual ele seja capaz de “reintroduzir o caos”
criticando as verdades sedimentadas, abrindo fissuras e fendas no “já
conhecido” de modo a alcançar novas interpretações da realidade. Todo
conhecimento dado tende a esclerosar-se no habito, nos clichês, no preconceito,
na ideologia.
Estou aqui para “reintroduzir o caos” principalmente na minha
vida, com a esperança que algo aconteça e o que neste momento é “sem forma e
vazia” possa se tornar novamente o Jardim do Éden.
Saudações
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